O que acontece quando um líder, admirado por seus discursos sobre valores e ética, é flagrado agindo de forma incoerente diante do mundo? O recente escândalo envolvendo um CEO americano, visto com a amante em um show, escancarou uma verdade muitas vezes negligenciada: a liderança começa (e termina) na postura.
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Não estamos falando apenas da postura física – ombros para trás e queixo erguido –, mas da postura ética, emocional e simbólica. Aquela que se revela nas atitudes discretas e nas escolhas silenciosas. Quando a imagem construída em público entra em colisão com o comportamento privado, a confiança rui. E, com ela, a autoridade.
Postura não é performance. É coerência
A liderança não se sustenta em frases de efeito ou palestras bem ensaiadas. Ela se firma na coerência entre discurso e prática, entre o que se diz no palco e o que se vive nos bastidores. O CEO envolvido no escândalo perdeu, em minutos, o capital simbólico que levou anos para acumular. Porque a equipe observa, o mercado observa – e todos julgam, mesmo em silêncio.
Postura é o elo invisível entre o que um líder fala e o que ele vive. Quando esse elo se rompe, não há branding que conserte. O corpo fala, mas os atos gritam. E o escândalo, mais do que uma traição conjugal, foi uma traição à imagem de liderança íntegra que ele vendia.
Liderar é alinhar saber, fazer e ser – perto e longe dos holofotes
Liderar não é um show. É um compromisso com quatro pilares fundamentais:
- Saber (domínio técnico): o que o líder conhece;
- Saber fazer (habilidades gerenciais): como ele decide e executa;
- Saber ser (ética e comportamento): quem ele é de verdade;
- Saber se expressar (comunicação e imagem): como ele inspira e representa.
Todos esses pilares ruem quando o “saber ser” falha. A reputação não resiste à incoerência entre o palco e o camarim. A liderança não é testada em eventos corporativos, mas sim nos momentos em que ninguém parece estar olhando – e, paradoxalmente, todo mundo está.
A verdadeira postura é a que se mantém de pé, mesmo longe dos aplausos
O caso do CEO serve como alerta: não existe liderança sem integridade. A postura do líder é seu maior ativo – e também pode ser sua ruína. Ela precisa ser forte o suficiente para resistir à vaidade, ao poder e às tentações de bastidor.
Liderar é viver em coerência. É escolher, todos os dias, uma conduta que inspire respeito – mesmo que ninguém esteja filmando. Porque, cedo ou tarde, a verdade aparece. E, quando isso acontece, só quem tem postura firme continua de pé.